quinta-feira, 23 de outubro de 2008

As Primícias



Deus quer nos dar uma nova dispensação de sua Graça. Atualmente, muito têm-se falado à respeito das Primícias do Senhor. As promessas referentes à Israel pós-diáspora (14 de maio de 1948, após estabelecimento da Nação de Israel) estão também nos atingindo, pois o Israel se ampliou, conforme está escrito em Romanos, Cap 2:29: “Porém, judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão,a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.”.
Desde o tempo de Nabucodonosor, em 606 a.C., até 1948 d.C., num período de 2554 anos no calendário dos gentios, o povo judeu esteve fora de sua terra. Porém, na grande maioria das profecias que relatam a dispersão do povo israelense também está atrelado o seu retorno à terra prometida. Neste retorno, Deus explica que faria de Israel uma nação próspera e nenhum dos seus inimigos prevaleceriam sobre esta nação. Hoje, somos gente privilegiada de poder ver o cumprimento desta profecia e receber da promessa da bênção, por ampliação do conceito de “Judeu”.
Porém, juntamente com as bênçãos, vêm os deveres. Sempre que o Senhor provoca uma ordenação, é porque está reservada uma liberação da Graça. Estamos em tempos de prosperidade. E isso não é Teologia, é fato. Neste tempo Deus tem nos falado muito à respeito das Primícias, cumprindo sua promessa de restauração de Sua nação. Além dos Dízimos e Ofertas voluntárias, Deus tem nos conscientizado à respeito do que está escrito em Provérbios 3:9,10: "Honra ao Senhor com as primícias de sua renda".
Já não há mais dúvida de que deveremos devolver à Deus as primícias tanto dos bens de produção (matéria, produto palpável) quanto da nossa renda (dinheiro). Sabemos, pela Palavra, que as primícias devem ser entregues aos Sacerdotes e no Templo. Há ao todo 37 passagens bíblicas que falam sobre as primícias, 29 no Antigo e 8 no Novo Testamento. Porém, a polêmica toda está em explicar o que é a primeira parte da renda. Até o presente momento, não há uma definição firme das lideranças evangélicas no mundo, o que é refletido no Brasil. O fato é que realmente o assunto não está claro na Bíblia como é clara a questão do dízimo. Você pode até dizer que já entendeu, pois leu na Palavra e sua Igreja segue um determinado tipo de padrão. Mas deixe-me mostrar abaixo o que acontece em uma pequena amostragem de nossas Igrejas esperando, sinceramente, que um dia cheguemos à um entendimento pleno à respeito do assunto.
Para uma parte dos Presbiterianos, que se baseiam em Waldomiro Motta, no livro “A Doutrina Bíblica da Mordomia”, JUERP, 1991, as primícias são entregues na Festa dos Tabernáculos, provenientes dos resultados do 13o salário, uma vez por ano.
No Livro de Nelson Lautgert entitulado "Mordomia Cristã e a Oferta - Um Enfoque Evangélico", da Edita ULBRA, em Concórida-RS, o autor fala sobre as primícias entregues na Igreja primitiva. Era prescrito que cada um dava suas primícias conforme parecesse bem à pessoas, mas que eram destinadas aos Sacerdotes. Porém, se não havia Sacerdote, essas primícias eram distribuídas aos pobres. (Página 65).
Já na concepção da Missão Transcultural, na parte que se destina ao Exército Etnia, cuja liderança está nas mãos da Pastora Maria Leonardo, de Minas Gerais, mas que tem como referência o Pastor Paul Miller, na Inglaterra e diversos outros países, considera que as primícias devem ser entregues para a manutenções das missões.
O Reverendo Nadir, nos escreve em "A Bênção de Poder Contribuir", extraído da revista Didaquê, Volume 45, que as primícias são uma oferta que deve vir o coração, baseado em II
Coríntios 9:7: "Cada um contribua segundo tiver proposto no coração: não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria" e complementa que devem ser entregues aos sacerdotes.
Entre os Batistas o assunto ainda não tem uma definição. Em Petrolina, a PIB celebra o Culto das Primícias em maio, no 1o domingo do mês. As Igrejas que estão debaixo da cobertura do Apóstolo Renê Terranova, mais conhecidas como Visão Celular no Modelo dos 12, entende que as primícias são o primeiro dia de trabalho de cada mês.
Realmente o assunto é controverso. Mas, no meu singelo universo, entendo que o Senhor Deus nos deu o livre arbítrio de poder perguntar ao próprio Deus o que são as nossas primícias, por um motivo muito simples: cada um tem um tipo de produção e renda diferente do outro. Nosso sistema é capitalista e tendemos a analisar qualquer assunto de maneira capital. Precisamos chegar a um consenso. Nos Estados Unidos, na Igreja do Pastor Dollar, de onde vieram as provocações iniciais à respeito das primícias, o entendimento já é totalmente diferente. Se um membro da Igreja recebe um aumento referente à uma promoção, por exemplo, as primícias serão aquele valor que ultrapassa o antigo valor do soldo, somente no primeiro mês.
Face à tantos desconcertos, creio que precisamos dar tempo ao tempo para saber onde o assunto vai repousar de seu vôo. Enquanto isso, poderemos seguir obedecendo nossos Sacerdotes, se estiverem dentro dos preceitos que prescreve a Palavra de Deus. Mas uma coisa é certa: é tempo de dar nossas primícias, sejam elas nossos primeiros frutos, nossa primeira produção ou nossa primeira renda.
E Deus, que vê em secreto, te recopensará!

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