sexta-feira, 23 de maio de 2008

Conta e Tempo (esse poema não é meu)

Deus pede estrita conta de meu tempo;
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas como dar, sem tempo, tanta conta?
Eu que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita há tempo,
O tempo me foi dado e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, prestar conta;
Hoje quero acertar conta e não há tempo.

Oh! Voz! Que tendes tempo, sem ter conta.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta.
Não gasteis vosso tempo em passatempo.

Pois aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo.

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